É a modalidade de tratamento para corrigir disfunções do sistema mastigatório, procurando solucionar contatos prematuros entre os dentes das arcadas superior e inferior, interferências na correta oclusão entre as mesmas e correções de traumas oclusais decorrentes destes problemas não solucionados. Outra razão bem conhecida para fazer ajuste oclusal é eliminar o bruxismo, como é conhecido o hábito de ranger os dentes enquanto se dorme. Outro é aliviar dores decorrentes da artrite temporomandibular traumática. Além destes, faz-se ajuste oclusal também para melhorar a forma e o contorno dos dentes, de maneira a adaptá-los melhor para a função mastigatória específica de cada dente e também para proteger as gengivas, evitando-se futuros problemas periodontais.
Estes tratamentos são especializados e envolvem procedimentos irreversíveis. Os passos mais fáceis de serem entendidos são a colocação da mandíbula em posição não forçada, sem fazer que ela deslize, e verificar se existem contatos entre dentes, que acontecem antes que os demais. Esta posição é chamada de relação cêntrica e, em condições ideais, não deve apresentar os contatos prematuros. Ocorrendo deslizamentos da mandíbula nesta posição de relação central é sinal de interferência que deve ser corrigida, considerando-se o lado de trabalho dos dentes no paciente. Os ajustes oclusais são feitos somente quando estiver evidente o trauma oclusal, com sinais e sintomas clínicos do tipo aumento da mobilidade dental, migração dos dentes para outra posição, desgastes nas faces onde os dentes ocluem, dor durante ou após o contato oclusal e disfunções da articulação temporomandibular. Nos casos de grandes abrasões o ajuste oclusal pode não ser o mais indicado, devendo ser buscadas outras alternativas. Para identificar os pontos de contato, o dentista usa um papel do tipo carbono, com cores diferentes, que marcam onde os dentes estão pegando antes dos demais.
O perfeito encaixe dos dentes das duas arcadas, uns de encontro aos outros, tanto em repouso como em movimento, significa ausência de dor, inexistência de desgastes nos dentes por esforços inadequados, menos chance de a pessoa vir a ter dentes afrouxando ou ainda perda de restaurações ou próteses por ranger de dentes. Com ele, descarta-se também a possibilidade de dores de cabeça ou na articulação temporomandibular decorrentes de maloclusões. A própria mastigação se faz melhor, mais harmônica e suave pelo equilíbrio do sistema mastigatório e o sono é mais repousante quando não há ranger de dentes ou o hábito de apertá-los enquanto se dorme. Em alguns casos, os problemas oclusais chegam a ter manifestações fora da articulação, mas decorrentes desta, como dores de ouvido e alguns tipos de enxaqueca.
Percebendo alguma dor ou sensação estranha na região da articulação, nos músculos da face, fadiga ou cansaço na raiz dos dentes, desgastes na face oclusal destes, relate a seu dentista, porque ele poderá ajudá-lo a identificar o tipo e a origem do mal que está começando a incomodá-lo. Muitas especialidades odontológicas têm, hoje, na oclusão, seu ponto fundamental para o sucesso, tais como a prótese, a ortodontia, a implanto¬dontia, a periodontia, entre outras, a ponto de estar em estudo a criação de uma nova especialidade voltada inteiramente para as disfunções e dores decorrentes da articulação temporomandibular e oclusão. Por ora, os especialistas mencionados acima são os mais indicados, por terem que entender destas disfunções para resolver problemas das suas especialidades